A título de início


Ricardo Basbaum comenta sobre algumas questões que o incomodam na relação entre produção artística e crítica:

É quase um lugar-comum considerar que a maioria dos críticos e escritores de arte brasileiros não assumem os riscos excessivos de se aproximar daqueles trabalhos de arte que não se acomodam dentro das expectativas já conhecidas; e os artistas se recusam a articular suas posições em palavras, deixando em aberto uma atenção em relação ao uso do texto como ferramenta para abrir perspectivas para seus projetos. (p.41)

O artista-etc, faz isso em seu livro "Manual do Artista etc" (2013), no texto "Crítica de arte como campo privilegiado da ficção contemporânea". Como resposta a esse sistema conformista ele propõe:

Para tornar visível a produção contemporânea é necessário o emprego de métodos corretos, de modo a extrair de um conjunto de atividades caóticas e disformes os contornos precisos de um acontecimento artístico. A dificuldade desse trabalho é a exigência de estar sempre disponível para recriar parâmetros críticos, reconhecendo a primazia das obras na deflagração desse processo; do contrário, uma reflexão calcada em pré-conceitos tornar-se-ia uma especulação estética vazia e estéril. (p. 25)

Me pergunto se temos esse espaço em crescimento, em declínio ou estático, seja nas artes plásticas, na literatura ou nos quadrinhos. Existe essa crítica criativa?
Sem tentar responder a pergunta, deixo que o texto de Basbaum me incomode nesse laboratório afetivo que pretende ser o rRemembranças. Um espaço para que possamos traçar comentários sobre obras diversas. Comentários pessoais, mas criativos. Criativos no sentido de criação. Textos que a partir de uma obra prévia não só descrevam, mas questionem ou proponham junto da obra.

Sem saber exatamente como isso se constrói, estamos começando esse espaço de ficção crítica.







Comentários

Postagens mais visitadas